Quando o amor vier...



Quando o amor vier... 






Quando o amor vier...
Eu não irei perguntar o porquê da demora. Porque eu sei que, assim como todos nós, o amor também se perdeu pelas estradas do mundo. Esteve à deriva em mares desconhecidos e, por vezes, chegou mesmo a acreditar que havia desviado-se totalmente do caminho.

Quando o amor vier...
Não será feriado, nem dia santo. Não haverá troca de presentes, nem promessas de um novo dia.

Quando o amor vier...
Virá só, virá de repente. Sem arautos.

Quando o amor vier...
Virá em uma viagem de Metrô. E vestirá branco. E isto me fará pensar se o hábito é apenas gosto ou obrigação do ofício.


Quando o amor vier...
Virá por entre a turba no passeio público. E, com fones de ouvidos nas orelhas, movimentará os lábios mudamente, me fazendo imaginar quais seriam as formas da melodia que eu não poderia ouvir.

Quando o amor vier...
Virá e sentar-se-á à mesa em um restaurante ou praça de alimentação. Sobre a mesa estará um livro que, junto com a comida, dividirá sua atenção.

Quando o amor vier...
Virá e chegará piano. Feito canção que já nasce pronta. Melodia complementando harmonia. A deixar a impressão de que são uma coisa só.

Quando o amor vier...
Virá e, por ventura, encontrará tempestades. E, quiçá, mesmo que a vaga destrua nossa embarcação. Seremos marinheiros sem rumo e sem porto seguro. Alquebrados, porém felizes.

Quando o amor vier...
Se ele chegar...
Mesmo que eu não esteja a procurar;
Estarei esperando...